A gente conhece o
Pedro Cassiano há algum tempo, desde que ele participou
Rebelde, na Record. Agora, o gato (põe gato nisso hein?!) está na Rede Globo, como
Sal, o irmão mais velho de
Vitor (
Guilherme Leicam), em
Malhação.
A
tt falou com Pedro sobre o novo trabalho e descobrimos que além de lindo, ele ama dançar <3
tt: como foi a integração com os outros atores de Malhação?
Pedro: “Acho que foi a melhor possível. Houve uma
grande preocupação por parte da equipe e da direção. Bem antes de
gravar, fizemos um laboratório com o elenco. E não está sendo nada
difícil ficar integrado com o elenco, eles são muito receptivos, muito
bacanas.”
tt: Você postou algumas fotos no Instagram. Parece que foi bem tranquilo…
Pedro: “Pra eles continua o mesmo esquema, né? A gente
veio pra inovar e também pra aprender com eles, trabalhar, trocar e
fazer o melhor trabalho possível. Eu tô gostando muito, nos bastidores
eu sinto que estão sobrando amizade e entendimento. Vontade de fazer dar
certo, bem legal.”
tt: Conte sobre o Sal, seu personagem em Malhação. Como ele é?
Pedro: “Até então, Malhação estava sem aquele
personagem definido classicamente como vilão. O que havia eram algumas
maldades isoladas, com intensidade pequena e distribuída entre os
personagens. Então, o Sal entra pra fazer essa virada: ele age de forma
inconsequente, não costuma medir os atos dele. A função do meu
personagem na trama é mostrar como um jovem não deve ser. O Sal, eu
acho, traz essa coisa, traz um sal a mais pra trama (risos). Ele é o
antagonista clássico, é o vilão. É o cara que canaliza o ódio do
público. Esse tipo de personagem, na minha opinião, é muito valioso pra
qualquer ator fazer. Normalmente eles são bem dissimulados. E isso
permite explorar várias nuances: a ironia, a paixão, a falsa paixão. Um
vilão pra atingir seus objetivos precisa ser ator de verdade. Ao fazer o
Sal, me sinto um ator interpretando outro ator. Acho isso muito bacana,
dá pra brincar e é bem divertido de fazer.”
tt: Você já sabe ou pode falar quem vai se apaixonar por ele ou por quem ele vai se apaixonar?
Pedro: “Ainda não. O personagem tá entrando agora,
ainda tem muita coisa indefinida. Até agora o que tá chegando é tudo o
que envolve a relação dele com o Vítor (Guilherme Leicam), o fato de ele
ter entregado a droga, essas confusões todas em que ele se meteu. Ele é
delinquente mesmo, é um rapaz assim que pende pra marginalidade e gosta
disso, é o caminho que ele seguiu. O irmão quer tirá-lo desse caminho. O
Vitor tem ele como herói, ídolo e faria de tudo pra ele largar essa.
Ele quer que ele use toda essa energia que o Sal tem mais problema, não
andar com aquela galera. A trama que eu tenho recebido gira muito em
torno disso.”
tt: Você e o Guilherme foram os novatos que se juntaram ao elenco, vocês já se conheciam?
Pedro: “Já sim. A gente fez aula com mesmo professor,
já nos conhecíamos do teatro. A gente ficou felizão quando soube que ia
trabalhar junto. E isso ajuda bastante nessa relação dos irmãos, na
coisa da afetividade. Tá sendo bem legal e muito fácil trabalhar com
ele.”
tt: Li em uma matéria que “você está superando a timidez”. Você é tímido mesmo? Num grau muito intenso?
Pedro: “Pouca coisa na verdade. Cada vez menos tímido,
vamos dizer assim. Eu sou um pouco na vida real. Mas quando escuto
gravando, mesmo nos ensaios pra cena, eu já fico completamente à
vontade. Não sei se é timidez isso, eu não me acho um cara tímido,
talvez seja mais uma dificuldade em lidar com muita atenção. Às vezes, é
muita menina pedindo foto, aí eu sinto um pouco de dificuldade em
parecer natural nessas horas. Não é que eu não goste de falar com fã, eu
adoro! Falo sempre com elas no Twitter. Elas são fofas, são fiéis,
acompanham, falam de detalhes do capítulo, querem falar sobre meu
personagem. Isso, por um lado, é muito bacana, eu adoro, mas tem um lado
meio chato, eu acabo chamando de timidez.”
tt: Você tem bastante experiência com dança, fez cursos, até
esteve na comissão de frente da Portela! Como fica a dança na sua vida
nesse momento?
Pedro: “A dança, mesmo não podendo praticar com
regularidade, ela sempre foi muito presente como disponibilidade. Assim
que aparecer algo interessante em dança, eu vou fazer. Continuo nas
aulas e acho que nunca vou deixar de ser um dançarino. Eu não tenho mais
a pretensão de ser o primeiro bailarino de uma grande companhia, mas é o
que me iniciou na carreira artística e vou sempre levar isso comigo. Eu
não tenho condições de trabalhar com dança agora, não tenho mais tempo.
A rotina de televisão não me deixa fazer aula. Eu levo a dança comigo,
quando precisar, tiro esse lado da minha cartola. No momento, o lado
ator está mais forte. Quem sabe um dia não consigo um personagem que
também dance?”
Entrevista: Mariana Scherman